Crônicas de PH Shadow

Futebol ou teste de sobrevivência?

Era para ser uma quinta normal! Juro! Final de mês de setembro, desse ano de 2019, eu recebo uma mensagem do meu amigo Gui para jogar no time do meu amigo Clodoaldo, o todo poderoso Kabbalah! Já joguei alguns jogos com eles e foi muito bom, pessoas legais e divertidas. Estava em um dilema pessoal nesse momento. Ir estudar ou jogar bola… depois de dois intensos minutos escolhi o futebol. Começou que eu ia de carona, então, como íamos jogar em Águas de Lindóia (guarde essa informação que é importante), combinei deles me pegarem na pista que vai para Monte Sião. Beleza! Gui falou que ia confirmar, sairíamos às dezenove horas e ele avisaria antes, avisou mesmo, dez minutos para às dezenove. Já estava meio que acreditando que não teria mais o jogo, então peguei meu material de trabalho e parti para a pista. Vinte minutos depois, chegou a kombi lotado de jogadores e claro, o assunto era a derrota do Corinthians e a vergonha que o meu São Paulo estava acostumado a me fazer passar. Partimos felizes e contentes e chegando em Águas, tivemos a decência de não xingar os vintes radares que eram visíveis, claro, os não visíveis é o que mais dói no bolso! Lá em Águas eles parecem que não gostam de veículos de outras cidades, sempre aparece uma multa do nada como se tivéssemos andando sempre com pressa, e além disso, estávamos de kombi e mesmo assim, todo cuidado é pouco. Pronto! Finalmente chegamos no estádio de Águas de Lindóia! Todos felizes ao sair da kombi e não parecer que o mundo estava apertado. Estranho que estava tudo escuro no estádio! Entramos por um local e nada e ninguém. Tinha uma porta com uma luz acesa e bati na porta. Passou um tempo, um senhor apenas de short atendeu e perguntamos se tinha um jogo ali. Ele respondeu que hoje não tinha nada e só amanhã no campeonato e blábláblá. Ai o Gui ligou para o outro time e descobriu ali que o jogo era em Lindóia… (aquela informação que pedi para guardar se encaixa aqui).
Lá vai todo mundo pro comboio. Teve até um jogador do time que tinha combinado com a namorada ir ver ele jogar bola. Situação constrangedora. Lá vai nós mais dez quilômetros e chegamos em Lindóia. Perguntamos e achamos o estádio… bem, um campo grande com uma iluminação boa, isso não tinha como negar. Tirando isso! O gramado não era lá bem coisa de estádio. Mas tudo bem! Ahhh! Ia esquecendo de falar, ao entrarmos no estádio com a kombi, no estacionar, faltou milímetros para acertarmos um poste e centímetros para dar de frente à mureta. A kombi tinha perdido o freio. Acabou o susto e fomos trocar de roupa para jogar bola.
Entramos em campo e no primeiro lance de gol, já perdermos! Depois o Luan, que diz ser atacante, perdeu dois gols em seguida. Nós saímos na frente, mas, o juiz deles, não estava para brincadeira. Marcava todos os lances que estava próximo a nossa área. Nisso! Depois de quinze faltas seguidas para eles, dois gols deles. Ai o Baiano deu um encontrão no meio de campo com um dos times deles e perdeu o ar, ficou um bom tempo tentando respirar e foi feio ver ele sofrendo. Só que antes, um dos nossos brigou com um dos deles e até ameaça de arma teve para ter ideia do caso e eu não sei qual situação foi mais feia, o Baiano sem ar ou os jogadores falando de armas. Depois o Baiano perdeu também um gol feito, até ali já estávamos com quatro gols completamente feitos. Nós perdendo, um juiz que não tinha vergonha de roubar pro time deles e uns jogadores bem nervosinhos em campo. Apanhamos muito, com faltas até desnecessárias e eles não davam refrescos.
Segundo tempo indo, toda aquela confusão e o juiz ainda nada solene na arbitragem eu escuto um cara me provocando no banco de reserva do time deles. Eu levei na esportiva e ele tentava me tirar do sério e eu zoava, primeiro com os intensos “uai” que ele soltava no final de cada frase! Depois ele já nervoso, porque eu não perdia uma piada que ele me dava de bandeja, ele veio com racismo e vinha com o “cabelo de bombiiiiiiir!”. Eu podia ficar P da vida! Chateado! Magoado! Só que eu aproveitei a piada novamente e cada lance que eu tirava eu gritava “Bombiiiiiiir”. O cara não ficou nada feliz comigo e o pessoal do time dele estava zoando-o também a essa altura! No finalzinho, fizemos um gol que seria o empate e o juiz descaradamente tirou o nosso gol. Revolta claro! De repente o juiz e o Borracha do nosso time estavam discutindo e o juiz ficou bravo ao ponto de empurra-lo. Aí todo mundo quis brigar do time deles e nós resolvemos tirar o time de campo. Lembra o cara do “Bombir”? Então! Esse me adorou muito. Apontava para mim e dizia com um sotaque estranho que sabia que eu morava em Ouro Fino! Disse que ia vir conversar comigo e várias e várias ameaças e ali, tão preocupado que só sabia rir! Depois descobri que ele se denominou cigano e que cigano não deixa quieto… Bem! Estou esperando desde ontem com cafezinho quentinho e ele não apareceu. Tirando esse desconforto de um cigano fake que promete e não cumpri, foi a noite mais alucinante desse ano. Eu devia só estudar, os anjos me falaram depois com suas caras de bolachas de desaprovação. 

Obs.: Texto escrito em 10 de dezembro de 2020

Paulo Henrique Shadow

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