Poesia/Poema de PH Shadow
Solo triste
Sentei na pedra em frente a cachoeira e me pus a cantar,Semblante sorridente de uma companhia quem nem estava lá!Notei nos meus acordes tristes que a saudades vinham a bailar,Melodia em dissonância com o barulho continuo das águas. Não deixei que as lágrimas da cachoeira atrapalhassem meu compasso,Mirei o destino longo e meus dedos oferecia mais que o cansaço,Bebi meu desejo e partir para um abraço imaginário,Não levantei do meu delírio mesmo quando sentia seu abraço. Cada nota que soava era uma despedida que me machucava,Larguei todo meu ser naquela pedra de cachoeira magoada,Vivenciei a cada momento perto e distante e até chorava,E mesmo assim a cada acorde eu me entregava. Virou hino gospel e foi para um jazz frenético,Os pássaros assanhados voavam muito perto,Criei estilos e maneiras de castigar as cordas,Saudade, vê se vai logo embora… Às águas continuavam sem parar naquela tarde,Minha verdade também jorrava sem piedade,Não sabia se sangrava ou era o beijo da cachoeira,Estava longe a abraçando por inteira. Quando a luz do céu já fraquejava,No crepúsculo da minha tristeza que cantarolava,Decidi de vez que já tinha acabado,A última canção de saudade e desabafo…
O pedido nunca feito…
Mergulho em ti óh alma o todo o meu entender!No projeto que me avassala criando atritos em meu ser,Purificando assim o semblante de um tatear,Em uma prisão do corpo que me faz pensar! No equivoco de minha alma ao gladiar o obstáculo,Me refiro o teor da morte e os surros do prefácio.Mesmo que pareça para você palavras duras e tristes,Meu singelo momento de profundidade em você persiste. Não me enterro nas diretrizes que me avaliam,Estou sepultado no amor e prazer que me cativam,No meu desejo tem o carinho de uma mulher,Mirei em seus olhos e o meu sorriso a decifrar e me conter! Dei-lhe esta flor, nem que seja a última,Despede com um abraço e não se vire,Amanhã reterá de novo uma chance sublime,Ainda está no meu bolso o anel e o suspense… Paulo Henrique Shadow
Desejos ardentes
O paladar tem o sabor de um desejo,Corpo quente em um doce moreno,Exalando doçura a todo momento,O mel escorrendo de seu desejo. No tatear do tempo sem tempo,Duas horas ou a noite inteira, nem percebo,Tântrico momento o puro êxtase!Sem pressa, sem pecado e o prazer que te deseja! A mentira do mundo ficou de fora e não entra,Quando o gemido cobre o som da incerteza,Que sorte ter uma insaciável em uma princesa,Temos que nos expressar, mas, sem avarezas! Sinto e pressinto que seu corpo me atrai,Beijos quentes e olhos nos meus olhos me satisfaz,Presencio sua dança e na submissão do amor,Quanto tempo estamos aqui sem medo e sem pudor?! Plagiamos a vida dos deuses no nosso segredo,Corpo envolvente de poderes subsequentes,Quanto ao paladar o seu gosto está o meu presente,Seu orgasmo quantitativo e oponente! Lavo minha alma em semblante de cavaleiro,Quando a Amazonas cavalga no meu corpo por inteiro,Sensível e pressinto o gozo verdadeiro,Amor, desejo, prazer e o tesouro dos justos desejos. Não nos cansamos e não perdemos a vontade,Temos que pausar apenas para o sorriso sem vaidade,Minha boca longe da sua já virou maldade,Minhas mãos envolvendo suas curvas neste impasse. Gemidos e em meus ouvidos e nosso desejo cresce,Como ainda tem fôlego depois de várias vezes se estremecer contente?Suas unhas gravada nas minhas costas tentando me aproximar mais,Dura tanto a dor no prazer que sempre me satisfaz… Seu beijo de agradecimento é minha medalha de ouro,Não consigo ficar longe de você nem que desejasse por esboço,Paixão, tesão, vontade, amizade, amor, unidade e você!Porque a noite parece curta quando temos gozo e prazer?! Banho demorado e abraçados como despedidas,Não sei se somos namorados ou consolos ou aventuras,Só que me sinto tão protegido em seus braços,Que esqueço os problemas como humanos em descasos. Estamos de mãos dadas e nem saímos do quartoDroga, não sei se somos amigos ou namorados,Porque falamos tão poucos sobre o nosso futuro,Se tudo que tenho te pertence e isto se tornou meu mundo… Texto tem continuação… Paulo Henrique Shadow
Carnaval pós pandemia
Pulo e “despulo” na Avenida lá longe,Peguei um ônibus e ainda contente,Nas músicas que desconheço eu danço,Meu carnaval tem fantasia de encanto! Na mão uma lata já quente,Suor e sorriso e minha roupa decadente,Músicas e estou indo na vibe da galera,Talvez se eu sentar um pouco é que meu pulmão espera. Abraço e sorriso e mais música,Já não sei quantas horas nesta disputa,Agora chega, tenho que ir embora,O sol parece que no horizonte aponta. Carnaval da noite termina ou eu terminei,Não sei bem o que falar, ainda nem descansei.Na purpurina do meu cansaço eu vou me entregar,Depois eu falo como terminou o abraço da morena! Paulo Henrique Shadow
Amanhecer com os pássaros
Vamos, apague o que não te agradou,Deixe vazar todo sentimento que te maltratou.Embora sejam velhas as palavras encantadas,Tão sábias que pode até curar sua alma. Não leia se não puder te fazer compreender,Não cante se não puder te envelhecer.Tem erros grotescos que devemos assumirMas nada dura tanto que o medo de sorrir. No torno de ouro sua pobreza se destaca,Não leva ao túmulo suas desculpas ingratas.Num só piscar tudo pode acabar,Menos sua história bonita de contar. Porque simula uma vida vivida,Se teve medo de ser uma pessoa atrevida?!Veja que não tem como saber ler,Se não juntas as letras para poder entender! Não tenha medo de sentir e respirar,Os dois são feitos da mesma essência.O que muda é o ritmo da caminhada,Respiramos mais rápido andando depressa. E os pássaros continuam a cantar,Novo dia teimosamente renascerá.Cante, dance e não deixe escapar,A magia que sempre tentará te abraçar. Do livro Ninho da Poesia de Paulo Henrique Shadow
Nova esperança
Quando meu pesar cessou no ontem,Deixei as mágoas em um único instante!Bravura de um herói que foi abandonado,No semblante o sorriso que estava em atraso… Perverso a angustia de ser apedrejado,Um abraço que dei com ternura e fui esfaqueado.Com tantas avarezas no mundo,Tive que senti o seu gosto amargo. Não… me nego atravessar este rio a nado,Que adianta perguntar se está bem se serei ignorado,O que adianta desejar o seu bem se fui logo esquecido,Que adianta pedir amizade se não valeu nada o meu destino… No asilo busco minha morada,Não tão difícil foi esta caminhada.Quando sentei na varanda sozinho,Vi meu reflexo jovem em um singelo sorriso! Paulo Henrique Shadow